A contratura de Dupuytren é um tema recorrente nas provas de ortopedia. No geral, as questões costumam abordar aspectos da epidemiologia (TARO 2018), da anatomia e fisiopatologia (TEOT 2018), além de alguns aspectos que envolvem o exame físico e as indicações dos tratamentos cirúrgico e conservador, principalmente nas provas orais.
Conceito de doença de Dupuytren
A contratura de Dupuytren é uma fibroplasia proliferativa do tecido palmar, que ocorre na forma de nódulos e cordões, e que pode resultar em contraturas secundárias progressivas e irreversíveis das articulações dos dedos. Pode incluir o adelgaçamento da gordura subcutânea sobrejacente, aderência e depressões na pele.
Epidemiologia da doença de Dupuytren
A contratura de DUPUYTREN ocorre predominantemente em homens, na proporção de 10 para 1, após a quinta década de vida. A raça mais acometida é a raça branca, sendo mais predominante na população do norte da Europa. Acomete os homens mais precocemente e possui associação com diabetes, epilepsia, alcoolismo e hepatopatia crônica. Pode ser bilateral em até 45% dos casos, sendo raramente simétrico.
Patogênese da doença de Dupuytren
O mio fibroblasto é o tipo celular dominante, sendo uma célula contrátil rica em colágeno tipo III e altas concentrações de actina alfa de músculo liso. Além disso, possui mais contratilidade do que um fibroblasto normal. Os nódulos e cordões subcutâneos são formados por fibroplasia e por hipertrofia de fibras já existentes da fáscia palmar. Os nódulos tipicamente aparecem em torno da área palmar distal, sobre a articulação metacarpo falangeana e distalmente sobre a articulação IFP, estando aderidos à pele e à fáscia palmar.
Ocorre em três fases, segundo Lucky. A fase proliferativa é a fase inicial, onde observa-se nódulos jovens, formados por fibroblastos alinhados sem tensão, que expandem e deslocam o tecido subcutâneo, aderindo à pele. A próxima fase é a involutiva, onde os nódulos param de crescer e iniciam a contratura, com os fibroblastos se alinhando com tensão e aumentando a produção de colágeno. A contratura do nódulo tensiona a fáscia proximal, produzindo hipertrofia e unidades nódulo – corda. A fase mais tardia é a residual, onde os nódulos diminuem de tamanho e se tornam cordas fibrosas acelulares.

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